Postagem de Isaac Canalli
É um texto onde uma moça chamada Eliane da Costa Bruini formada na UNISAL fala sobre a atual situação da educação no Brasil, e do incentivo que o professor recebe, acho que esse pode até ser um tema de debate
na aula: a falta de incentivo que o Professor recebe.
Eliane da Costa Bruini
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Pedagogia
Pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL
Educação no
Brasil
Ao propor uma reflexão sobre a educação brasileira, vale lembrar
que só em meados do século XX o processo de expansão da escolarização básica no
país começou, e que o seu crescimento, em termos de rede pública de ensino, se
deu no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980.
Com isso posto, podemos nos voltar aos dados nacionais:
O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados
(PISA). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de
crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola (IBGE).
O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28%
no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização
ainda não conseguem ler (Todos pela Educação); 20% dos jovens que concluem o
ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da
leitura e da escrita (Todos pela Educação). Professores recebem menos que o
piso salarial (et. al., na mídia).
Frente aos dados, muitos podem se tornar críticos e até se indagar
com questões a respeito dos avanços, concluindo que “se a sociedade muda, a
escola só poderia evoluir com ela!”. Talvez o bom senso sugerisse pensarmos
dessa forma. Entretanto, podemos notar que a evolução da sociedade, de certo
modo, faz com que a escola se adapte para uma vida moderna, mas de maneira
defensiva, tardia, sem garantir a elevação do nível da educação.
Logo, agora não mais pelo bom senso e sim pelo costume, a “culpa”
tenderia a cair sobre o profissional docente. Dessa forma, os professores se
tornam alvos ou ficam no fogo cruzado de muitas esperanças sociais e políticas
em crise nos dias atuais. As críticas externas ao sistema educacional cobram
dos professores cada vez mais trabalho, como se a educação, sozinha, tivesse
que resolver todos os problemas sociais.
Já sabemos que não basta, como se pensou nos anos 1950 e 1960,
dotar professores de livros e novos materiais pedagógicos. O fato é que a
qualidade da educação está fortemente aliada à qualidade da formação dos
professores. Outro fato é que o que o professor pensa sobre o ensino determina
o que o professor faz quando ensina.
O desenvolvimento dos professores é uma precondição para o
desenvolvimento da escola e, em geral, a experiência demonstra que os docentes
são maus executores das ideias dos outros. Nenhuma reforma, inovação ou
transformação – como queira chamar – perdura sem o docente.
É preciso abandonar a crença de que as atitudes dos professores só
se modificam na medida em que os docentes percebem resultados positivos na aprendizagem
dos alunos. Para uma mudança efetiva de crença e de atitude, caberia considerar
os professores como sujeitos. Sujeitos que, em atividade profissional, são
levados a se envolver em situações formais de aprendizagem.
Mudanças profundas só acontecerão quando a formação dos
professores deixar de ser um processo de atualização, feita de cima para baixo,
e se converter em um verdadeiro processo de aprendizagem, como um ganho
individual e coletivo, e não como uma agressão.
Certamente, os professores não podem ser tomados como atores
únicos nesse cenário. Podemos concordar que tal situação também é resultado de
pouco engajamento e pressão por parte da população como um todo, que contribui
à lentidão. Ainda sem citar o corporativismo das instâncias responsáveis pela
gestão – não só do sistema de ensino, mas também das unidades escolares – e
também os muitos de nossos contemporâneos que pensam, sem ousar dizer em voz
alta, “que se todos fossem instruídos, quem varreria as ruas?”; ou que não veem
problema “em dispensar a todos das formações de alto nível, quando os empregos
disponíveis não as exigem”.
Enquanto isso, nós continuamos longe de atingir a meta de
alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade e carregando o fardo de um
baixo desempenho no IDEB. Com o índice de aprovação na média de 0 a 10, os
estudantes brasileiros tiveram a pontuação de 4,6 em 2009. A meta do país é de
chegar a 6 em 2022.
Eliane da Costa Bruini
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Pedagogia
Pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL
Concordo plenamente com o texto, a educação pode mudar esses resultados, mas não sozinha, enquanto vivermos em um país com tamanha desigualdade social fica mais difícil igualar a resultados de países desenvolvidos, afinal o meio em que o aluno vive influencia em quem ele vai se tornar. Hoje falar em ser professor causa calafrios em grande parte da população, porque a falta de incentivo e respeito para com essa profissão tão importante é enorme e não só por parte dos alunos, mas também parte dos pais ou responsáveis que estão ausentes na vida escolar dos alunos e sozinho o professor não consegue educar o aluno. O que torna isso um ciclo vicioso, o pai não acompanha a escola (por vários motivos ou por desinteresse mesmo) e muitas vezes isso gera um aluno que não possui respeito ao professor e não vê a utilidade que a escola tem, não deixando espaço para que o professor mostre as coisas boas e utilidades. Precisamos nos unir e deixar de jogar a obrigação de educar dos pais para o professor e do professor para os pais, é obrigação de todos nós educar nossas crianças e trabalhar em prol disso, por mais difícil que seja.
ResponderExcluirComentário acima por: Natasha M. Martinez RA: N158HH-9
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